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Pensando a Desigualdade Social no Brasil

Por: Jeniffer Modenuti

As desigualdades no Brasil chegam junto com os portugueses – o olhar etnocêntrico (que coloca sua cultura como superior) dos nossos colonizadores vieram por inferiorizar os índios: selvagens.

Com a introdução do trabalho escravo dos negros, acentua-se ainda mais a desigualdade – permanece o etnocentrismo e que agora ganho mais um fator: a cor. Até hoje os afrodescendentes sofrem discriminações e preconceitos devido a este passado opressor e a falta de políticas que atentasse para a integração do negro livre na sociedade após a abolição.

Na metade do século XIX e início do século XX, influenciados pelo pensamento social evolucionista, ou darwinismo social (que colocava negros, pobres e enfermos em uma escala de inferioridade ante os brancos e ricos) realiza-se no Brasil uma política de Branqueamento, incentivando assim a imigração europeia.

No decorrer do século XX temos um grande processo de urbanização e industrialização fomentados pelo governo brasileiro, em sua necessidade de desenvolver e modernizar o país (mais uma vez o darwinismo social!). Dessa maneira temos o crescimentos de centros industriais urbanos estimulados pelo intenso êxodo rural. Contudo, não é possível a absorção de toda a mão de obra, ocorrendo o barateamento dos salários e desemprego.

Durante a Ditadura Militar ocorre o chamado Milagre Econômico, em que o crescimento econômico se destaca, entretanto a sociedade não se desenvolve na mesma velocidade. Também destaca-se nesse período um dos grandes males do Brasil: a Concentração de Renda. O pobre se vê ainda mais pobre diante uma elevação do custo de vida.

A década de 1980 é marcada pela oscilação entre aumento e diminuição da pobreza: inflação, desemprego e crise econômica. Em 1990 a população brasileira melhora sua qualidade de vida, mas a desigualdade permanece.

Segundo relatórios do PNUD/2010 (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) o Brasil estava como o 3º pior país do mundo em desigualdade social, sendo a região mais desigual na América Latina. O relatório também destaca que em nosso país quem mais sofre com a desigualdade são negros, mulheres e índios.

Quais são as causas dessa desigualdade? Como as de maior destaque podemos citar: Fatal de acesso à educação, política fiscal injusta, baixos salários, dificuldade de acesso a serviços de saúde, transporte e saneamento.

A ONU informou que 58% da população brasileira mantém o perfil social de pobreza entre duas gerações, ou seja, é baixa a mobilidade socioeconômica dos indivíduos. No âmbito da educação superior, a cada 100 habitantes, apenas 9 tem um diploma universitário. A respeito da concentração de renda, metade da renda do Brasil está em mãos dos 10% mais ricos.



A pobreza diminuiu, mas a desigualdade permanece: ente 2001-2010 o Governo Lula tirou da miséria cerca de 21,8 milhões de brasileiros. 58,3% das famílias brasileiras participam de programas de transferência de renda e assistencialista, como bolsa escola, bolsa família, etc., que protagonizaram essa redução da pobreza.

Segundo o PNUD: “A desigualdade no Brasil é alta, persistente e se reproduz num contexto de baixa mobilidade econômica e social. Além disso, é herdada e determinada pela escolaridade e pelo nível de renda dos pais”.