Por Jeniffer Modenuti e Marcela Arai
O desenvolvimento do sistema capitalista está vinculado com uma abrangente racionalização das sociedades modernas.
Um meio para que esse processo de propagasse nas sociedades ocidentais era devido à burocracia.
Todas as instituições, sejam movidas por objetivos materiais ou ideais, tenderão a organizar-se através da burocracia, que é um eficaz instrumento de se exercer a dominação.
Esta dominação caracteriza-se por uma dominação legal/racional, que através de ordens judiciais ou administrativas, aplica o sistema de leis que valham para todos os membros do grupo social. Este grupo social deve obedecer às normas e a racionalização que se apresentam de maneira previsível e estável.
A burocratização existe com o intuito das empresas capitalistas obterem o máximo de lucro possível, administrando a produção de uma forma racional, visto que a irracionalidade e a tradição seriam dispensáveis ao sistema capitalista, ou seja, para as sociedades modernas.
A racionalidade e organização burocrática são por excelência uma característica do Estado Moderno, e ainda que tenham existido em outros tempos na China e no Egito, por exemplo, jamais se configurou como o fez na época de Max Weber.
Weber traduz o tipo ideal de burocracia como sendo o indivíduo que age em cooperação com outros, não misturando laços de caráter pessoal e regulamentado pela exigência de mandato e competência.
Ou seja, elimina os elementos sensíveis e pessoais.
Em síntese, no objetivo das empresas capitalistas de obterem crescente lucro, os burocratas precisam ir contra todas as irracionalidades que possam vir a prejudicar a organização, o trabalho e a produção.
A ciência também pode ser considerada como a racionalização e burocratização do conhecimento, para o qual a sociedade caminha.
QUINTANEIRO, et al. Um toque de Clássicos: Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte: UFMG. 2002.