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Resenha: Jojo Rabbit e a Indústria Cultural Nazista

Jojo Rabbit

Por: Gabriel Campos Oseika

2020 / 1h 48min / Guerra, Drama, Comédia
Direção: Taika Waititi
Elenco: Roman Griffin Davis, Thomasin McKenzie, Scarlett Johansson
Nacionalidade EUA

taika waititi como hitler e roman griffin davis como jojo rabbit

“Jojo é um garoto alemão solitário que descobre que sua mãe está escondendo uma garota judia no sótão. Ajudado apenas por seu amigo imaginário, Adolf Hitler, Jojo deve enfrentar seu nacionalismo cego enquanto a Segunda Guerra Mundial prossegue.”

O Nazismo surgiu na Alemanha, após a Primeira Guerra Mundial, foi comandado pelo ditador Adolf Hitler, que era de um partido de extrema-direita, com suas ideias eram super nacionalistas e extremistas. Durante esse período, onde o Nazismo foi predominante, usou-se e abusou da propaganda para manipular os cidadãos alemães, Goebbels foi responsabilizado para produzir essas propagandas com ideologias nazistas em diversas mídias, como filmes, livros, músicas e etc… 
O filme “Jojo Rabbit” é situado nessa Alemanha Nazista. Já no início desse filme é perceptível a idolatria do protagonista Jojo por Hitler e o Nazismo, tanto que seu amigo imaginário é o ditador alemão. O começo da comédia mostra como as crianças eram obcecadas pelo Nazismo, por começar com o quarto de Jojo, com vários pôsteres com fotos de Adolf ou com a suástica, principal símbolo nazista. Além disso, as crianças do filme são incentivadas a virarem soldados para lutar pela Alemanha na guerra.
 
A propaganda nazista mostra que judeus são “monstros horrorosos” e que se virem um, tinham que matá-lo, e que a única raça mais importante e soberana era a ariana, descrita por ser a raça pura. A propaganda era algo que fazia uma espécie de lavagem cerebral, pois a influência era tanta que deixava as pessoas cegas com as ideologias pregadas pelo governo. Isso se evidencia em uma cena do filme, quando Jojo descobre que sua mãe escondia uma judia dentro de sua casa, sua primeira ideia foi entregá-la aos alemães para matá-la.
O filme mostra como o Nazismo estava presente na sociedade daquele tempo, aplicando sua ideologia nas pessoas, é um belo exemplo de indústria cultural, que produzia um entretenimento totalmente baseado nas ideias nazistas. Essa cartilha de propaganda passava uma imagem de que Hitler era um bom moço, e isso cegava as pessoas, espectadoras e consumidoras desses produtos culturais ideologicamente manipulados, fazendo com que elas adquirissem as ideias absurdas pregada pelo Partido Nazista.
Curiosidade:
Em uma cena mais para o fim do filme o roteirista e diretor Taika Waititi adicionou Jojo recebendo oficiais da Gestapo em sua casa. Na ocasião o cumprimento naizista Heil Hitler é falado 31 vezes. A cena é cômica, pela redundância, e mostra o absurdo das etiquetas e práticas nazistas.