Por Jeniffer Modenuti e Marcela Arai
Não apenas orientado pela ideia Iluminista de uma sociedade que deveria caminhar rumo ao progresso, mas, Weber também assume um caráter crítico em suas obras.
Max Weber analisava o avanço e o desenvolvimento da racionalidade de sua época. Ele também vê as mazelas dessa sociedade, na qual observava no avanço da racionalidade uma decadência da cultura clássica.
O mundo de deuses e crenças estava perdendo espaço para um novo, que priorizava o conhecimento científico. Há, portanto, uma ruptura de um âmbito sagrado, excepcional para um racional, material, ministrado pela ciência, técnica, consequência do desencantamento do mundo.
A evolução não permitiu ao homem o seu avanço, pelo contrário, contraiu as possibilidades de escolhas dadas aos indivíduos. E ainda, essas alternativas escassas acrescentavam pouco valor intelectual à humanidade. Portanto, conforme os alcances das escolhas afetivas dos homens ficam limitadas há o desencantamento do mundo.
Weber ao transpassar a ideia iluminista de sociedade rumo ao progresso, notava que a racionalização substituiu as ideias místicas e sagradas sobre o mundo. Conhecimento científico e o desenvolvimento de formas de organizações racionais burocráticas representam a nova humanidade, manipulada pela técnica, materialidade e ciência.
Ainda dentro de esse caminhar rumo à burocracia, há momentos de descontinuidade e de enfraquecimento da dominação, sendo que as estruturas institucionais consolidadas podem se desintegrar à medida que se tornam insuficientes ao lidar em um estado de tensões. Neste momento entra em cena o líder carismático, seja de cunho religioso ou político, capaz de produzir mudanças significativas nas relações sociais, Porém esse líder carismático logo é abarcado pelo cotidiano e pela burocratização, tornando-se uma liderança tradicional ou legal.
QUINTANEIRO, et al. Um toque de Clássicos: Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte: UFMG. 2002.