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Florestan Fernandes: Teoria do Capitalismo Dependente

DESENVOLVIMENTO E SUBDESENVOLVIMENTO: A TEORIA DO CAPITALISMO DEPENDENTE

Ao pensar o tipo de capitalismo que se forma na América Latina, Florestan Fernandesdesenvolve um trabalho sobre as particularidades do capitalismo manifestas nas periferias do sistema capitalista (primeiro ele utiliza o termo capitalismo periférico e em 1956: capitalismo dependente).
O Capitalismo Dependente, essa nova proposta apresentada por Fernandes, figura como uma forma de capitalismo, e não como uma fase inferior do capitalismo. Assim Florestan estuda as condições de subdesenvolvimento e de desenvolvimento, pois o capitalismo na América Latina e no Brasil produz um tipo de desenvolvimento que se caracteriza por um ciclo vicioso da pobreza. Ou seja, países periféricos que um dia foram colônias de exploração, como o Brasil, desenvolvem uma maneira específica de capitalismo, somos um país inserido no mercado capitalista, porém estamos na periferia do processo, e continuamos servindo ao capitalismo dominante.
Além disso, Florestan aponta que no Brasil há desenvolvimento, porém este é um desenvolvimento dependente: a burguesia aqui é parceira da burguesia internacional, mas nossa burguesia está submetida inferiormente ao capital internacional, e em últimas instâncias quem sofre a consequência desse processo de dominação é o trabalhador. Nosso capitalismo é selvagem, extremamente violento, uma forma de capitalismo assentado no extremo arrocho em cima da classe trabalhadora. Essa relação de dependência aprofunda a desigualdade e a pobreza.
No pensamento sobre subdesenvolvimento Florestan busca as limitações históricas das classes sociais para analisar os processos de mudança e transformação. Ele observa que as classes trabalhadoras estão sujeitas a um processo de superexploração que barra suas ações de transformação e ações políticas.
O subdesenvolvimento promove limitações e contradições sociais e para entender as possibilidades transformadoras é preciso conhecer a fundo essas contradições. Logo, destaca-se mais uma vez a importância do intelectual agir em favor da democracia e de um projeto de nação.