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Cooperação e resistência: a reforma agrária e seus frutos

Jeniffer Modenuti 
A cooperação entre o Movimento dos Artistas de Rua de Londrina e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra traz cultura, informação e produtos de qualidade para a cidade.
O I feirão da resistência e da reforma agrária ocorreu no último 10 de junho, em meio à programação da 3º mostra do MARL. Reuniu pequenos produtores rurais de assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) da região de Londrina, além de artistas de ruas e artesãos da cidade.

Produtos orgânicos de qualidade, beleza e aroma preenchiam o galpão do MARL em meio aos artistas que apresentaram diferentes produções: teatro, dança, músicas e oficinas que alegravam o espaço do Movimento dos Artistas de Rua de Londrina.

Vegetais variados, frutas da época, compotas e conservas, pães e doces, inclusive bebidas foram comercializadas. Os produtos se destacavam por serem livres de agrotóxicos, mas também por sua beleza e preços populares. A simpatia do atendimento era outro realce da feira.

A palavra era cooperação. Nas diferentes bancas de produtos da agricultura familiar o discurso era o mesmo: “nós nos ajudamos”. A colaboração entre os assentados e produtores era evidente. Segundo os que estavam presentes, os lucros com os produtos vendidos seriam depois repartidos entre os que produziram.
Um dos presentes era Luciano, do assentamento Herdeiros da Luta de Porecatu. Toda sua família viveu ligada à terra. Em Mato Grosso, ele trabalhava para criadores de gado em grandes fazendas, porém acreditava que deveria poder produzir no seu espaço e viver dos frutos da sua própria terra. Ele se uniu ao assentamento em Porecatu, norte paranaense, onde vive e trabalha: “São três anos na luta” e a viva esperança de que em breve ele possa conquistar legalmente sua terra e poder trabalhar para si mesmo.

O produtor rural disse esperar que possa retornar nos próximos meses, e que além de vender os seus produtos e de seus parceiros de luta, torce para que a feira possa trazer mais visibilidade ao movimento. Segundo ele há grande preconceito contra as pessoas que lutam pela reforma agrária, e muitos não estão abertos a querer ver o lado do pequeno produtor. Ele observou que havia vários jovens, e esperava que estes ajudassem a mudar a visão negativa que prevalece sobre os assentamentos, com visibilidade e informação.