Já ouviu falar em Modernidade Líquida?
Zygmunt Bauman (1927-2017) foi um sociólogo, pensador, professor e escritor polonês |
Com o advento do capitalismo e ascensão da burguesia o mundo passa por um processo de constante crescimento da globalização e do consumismo. Quando temos a virada do século XIX para o XX, o fim da Belle Époque, e um período de crises e grandes guerras, o mundo não é mais o mesmo. As relações mudam de maneira drástica.
Para muitos autores, com o fim das guerras e desenvolvimento das novas tecnologias e formas de comunicação, passamos a ter a pós modernidade. Bauman não usa desse termo. Ele prefere dizer que temos a liquidez dos tempos, que escorrer por nossos dedos: a Modernidade Líquida.
Para o sociólogo polonês, antes, na modernidade sólida, tínhamos a tradição, a perenidade, as certezas que ditavam a vida do homem antigo, medieval e moderno, até a época da revolução industrial. Mas com as constantes transformações que ocorreram no nosso mundo, tudo muda e se readapta tão rápido quanto os estados da água.
Medos, incertezas, relacionamentos volúveis, individualismo, consumismo, inseguranças públicas e políticas, desigualdade social e facilidade para empregar a lógica de mercado aos relacionamentos humanos são consequências dessa liquidez dos tempos.
Bauman é um grande crítico da fragilidade dos laços humanos. Para ele se tornou fácil você se conectar e desconectar dos seus amigos: é só apertar um botão. Hoje em dia você tem milhares de amigos em suas redes sociais. Em uma modernidade sólida você mal teria um curto círculo de amizades, muito próximas. Isso que difere os laços (human bones) das redes (network). Para Bauman procuramos amizades e relacionamentos como procuramos produtos: a base do benefício. Quando não somos mais beneficiados, encerramos a rede de contato.
Obras Referenciadas:
Modernidade Líquida (2000)
Amor Líquido (2003)
Confira mais em:
Entrevista Bauman Fronteiras do Pensamento – Youtube
Zygmunt Bauman: pensamentos profundos num mundo líquido
3 reflexões para entender o pensamento de Zygmunt Bauman
Como as ideias de Zygmunt Bauman podem cair nos vestibulares