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Émile Durkheim: Moralidade e Anomia

Por Jeniffer Modenuti e Marcela Mari F. Arai

“Moral (…) é tudo o que é fonte de solidariedade, tudo o que força o indivíduo a contar com seu próximo, a regular seus movimentos com base em outra coisa que não os impulsos de seu egoísmo, e a moralidade é tanto mais sólida quanto mais numerosos e fortes são estes laços”. (DURKHEIM. De la división del trabajo social, p. 338.)

Anomia = ausência de normas/moral
 Os fatos morais são fundamentais para a integração dos homens à vida social, uma vez que a moral estabelece regras de convívio que coagem os indivíduos a respeitarem o próximo e manterem a sociedade coesa. Quanto maior for o laço de solidariedade, a integração entre os indivíduos, mais desenvolvida será a moralidade.
Portanto, a solidariedade na divisão social do trabalho e o bom funcionamento de todo o corpo social são regulados pela moral. Logo, se a moral encontra-se abalada, os valores entram em conflito e as normas sociais ficam em desordem, a solidariedade diminui e a coesão social entra em um estado de doença. Se um dos membros do corpo social encontra-se doente, todo o resto do organismo também fica abalado. Conflitos e desordens eram sinais de anomia jurídica e moral. Portanto, quando surge uma crise, a sociedade permanece fragilizada e fica incapaz de exercer sua função de freio moral. Ou seja, quando há uma ameaça de anomia, há o perigo, também, de desintegração do corpo social.

O objetivo da divisão do trabalho é aumentar a integração, cooperação – solidariedade entre os indivíduos. A sociedade, que em busca da concorrência de mercado abandona esta moral, encontra-se em um estado anômico, onde a desintegração ameaça todo corpo social.

QUINTANEIRO, et al. Um toque de Clássicos: Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte: UFMG. 2002.