Por Jeniffer Modenuti
O documentário Abaixando a Máquina, dirigido por Guillermo Planel e Renato de Paula, foi lançado em 2007 e retrata o fotojornalismo no contexto das coberturas dos conflitos entre policiais e transgressores da lei, na cidade de Rio de Janeiro. Ao reunir relatos de vários profissionais, traça um retrato dos perigos, medos, dores e dos triunfos em se registrar, no dia a dia, o que é o Rio de Janeiro.
Quais são os limites entre retratar a dor de uma mãe abraçando seu filho morto? Até onde vai a necessidade de registrar um fato e o que beira o sensacionalismo? O que é ético em registrar um corpo caído? O corpo sem vida é para vender jornais ou é para chocar: para mostrar que aquilo não é normal, que não deve ser banalizado?
Outro ponto a ser refletido: a presença, em quase todos os lugares, de amadores com câmeras e celulares. Como esses indivíduos, ao agir sem técnica ou responsabilidade ética, afetam o trabalho dos fotojornalistas?
O Código de Ética dos jornalistas brasileiros garante em seu Art. 1º que o acesso à informação pública é um direito social, portanto o registro de conflitos urbanos é uma função essencial do jornalista, para atender ao direto do cidadão de ser informado. Isso se complementa no Art. 7º, em que apresenta o compromisso fundamental do jornalista com a verdade, vinculado com a precisa apuração dos fatos e sua correta divulgação.
A fotografia de um acontecimento é uma forma real de marcar para a sociedade e, para a posteridade, os acontecimentos de um tempo, os fatos que definem a História. Desse modo, a fotografia transpassa a esfera do individual, pois quando capturada pelas câmeras de um jornalista, ela se torna um patrimônio e um monumento daquele momento em que foi registrada.